O fim do jejum para exames laboratoriais

Quando você vai em uma consulta com um médico e ele solicita realizar alguns exames, logo em seguida já sabe que terá que ficar por jejum por algumas horas antes de realizar o check-up. Isso porque a ingestão de alimentos altera o nível de substâncias durante a mensuração da análise. Ao fazer uma refeição, a quantidade de açúcar (glicose) e de gordura (lipídios) pode ser alterado.

Porém, segundo estudos recentes, indicam que toda a concentração de gordura no sangue pode variar pouco entre quem está e não está de jejum. Diante disso, pode a ingestão de alimentos não influenciar na avaliação do nível de colesterol e triglicérides, no qual, futuramente, podem acarretar em um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, a flexibilização ajuda evitar que o paciente diabético corra algum risco de uma hipoglicemia devido ao jejum prolongado, e entre outros transtornos que podem acontecer em gestantes, crianças e idosos.

No ano passado, foi divulgado um novo consenso médico que dispensa a necessidade de jejum de 12 horas para exames laboratoriais. Nesse caso, cada laboratório fica a critério de decidir o que fazer, mas muitos já estão deixando de exigir jejum para exames de colesterol e triglicérides desde o início deste ano, e também deixam a cargo do médico em indicar um jejum ou não.

Essa prática já está bastante comum no exterior, como nos Estados Unidos, Canadá e em alguns países da Europa, e a intenção é que seja aceito gradativamente pelos laboratórios clínicos do Brasil. Para isso, as Sociedades Médico-Laboratoriais detalharam observações para um melhor atendimento do paciente no estabelecimento e também para realizar modelo ideal de laudo laboratorial, veja abaixo:

  • Quando o médico solicitante indicar o tempo específico de jejum para o exame requerido, é recomendável que o laboratório siga tal orientação.
  • No caso de uma coleta de amostra para o perfil lipídico sem jejum, é recomendado que o laboratório informe no laudo o estado metabólico do paciente no momento da coleta da amostra, isto é, o tempo de jejum.
  • Quando houver, na mesma solicitação de perfil lipídico, outros exames que necessitem de jejum prolongado, o laboratório clínico poderá definir o jejum de 12 horas neste caso, contemplando todos os exames.
  • Para alinhamento entre as instituições e profissionais envolvidos desde o pedido do exame até o diagnóstico, recomenda-se a inserção da seguinte frase no laudo: “A interpretação clínica dos resultados deverá levar em consideração o motivo da indicação do exame, o estado metabólico do paciente e a estratificação do risco para estabelecimento das metas terapêuticas”.

Não fazer jejum para algum exame passa a ser vantajoso na questão de evitar possíveis complicações, principalmente em crianças, idosos e pessoas com diabetes que tomam insulina e podem não conseguir resistir a 12 horas sem se alimentar e assim passar mal. Além do que, na maior parte do dia estamos alimentados e ao fazer uma pausa de tanto tempo sem a ingestão de alimentos pode ocorrer risco cardiovascular.

Laboratório São Gerônimo – Humanizando Ações, qualificando resultados.